As meninas e o poeta, llibre de poesia infantil de Manuel Bandeira

Acaba de sortir publicat el llibre As meninas e o poeta, de Manuel Bandeira, editat per Nueva Fronteira. Aquest llibre surt justament en el quaranta aniversari de la mort del gran poeta brasiler. La selecció dels poemes està a càrrec del també poeta Elias José amb il·lustracions de Graça Lima.

El llibre recull una sèrie de poemes que Manuel Bandeira va escriure per als xiquets i joves, la majoria filles dels seus amics. En aniversaris, naixements i altres festivitats especials, o en les visites dels amics i els seus fills, Bandeira tenia costum d'escriure un poemeta -un poeminha.

Personalment m'encanten aquest dos poemes de Bandeira -la veritat és que us recomano la lectura de tota la seua obra-.

Belo Belo

(Manuel Bandeira)
Belo belo belo,

Tenho tudo quanto quero.

Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.

E o risco brevíssimo - que foi? passou - de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,

E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.

O dia vem, e dia adentro

Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,

Tenho tudo quanto quero.

Não quero o êxtase nem os tormentos.

Não quero o que a terra só dá com trabalho.

As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:

Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,

Não quero ser amado.

Não quero combater,

Não quero ser soldado.

- Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

O Bicho

(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Ara l'editora Cosac Naify té l'ambiciós projecte de publicar tota la seua obra inèdita.