31.10.11

O oficio, poesia d'Eugénio de Andrade


 L'ofici d'escriure (il·lustració de Frans Wesselman)

O Ofício
(Eugénio de Andrade)

Recomeço.
Não tenho outro ofício.

Entre o pólen subtil
e o bolor da palha,
recomeço.

Com a noite de perfil
a medir-me cada passo,

recomeço,
pedra sobre pedra,
a juntar palavras.

quero eu dizer:
ranho baba merda.